domingo, 27 de março de 2011
Quando é possível perdoar?
Esta semana enquanto ouvia as notícias matinais no rádio. Ouvi que será marcado para a próxima semana o julgamento do jovem Wellington Luis Raad, autor de uma das maiores chacinas da história do Estado do Amapá. E isso me fez refletir e instantaneamente questionar, será que em situações-limite como essas onde famílias inteiras são dizimadas, é possível esquecer e perdoar?
Próximo a completar um ano, a história da família que foi brutalmente assassinada em sua própria residência volta à tona. Caroline Camargo de 32 anos e os seus filhos Marcelo e Vitória Konishi, respectivamente com 19 e 11 anos, foram mortos a golpes de faca no dia 10 de Maio de 2010 em Macapá. O suspeito de ter cometido o crime era um amigo da família, Wellington Luis Raad Costa, de 19 anos. Depois de muitos exames periciais e especulações, ficou constatado quatro dias após o crime que as manchas de sangue encontradas nas paredes da casa pertenciam a Wellington, que somente após de um intenso interrogatório na presença de advogados, promotores e delegados, confessou que ele foi o autor do triplo homicídio. O caso da Família Konishi teve grande repercussão dentro e fora do Estado e até hoje ainda há uma incógnita a respeito de o que teria levado Wellington Raad a cometer tal atrocidade.
Outro caso que marcou a história policial de Macapá foi a chacina da Família Magave, ocorrida no interior do Estado a cerca de 15 anos atrás. Neste caso o motivo dos assassinatos foi a disputa por terras. Por se recusar a vender parte de suas terras a outro fazendeiro da região, Magave e toda a sua família tiveram suas vidas ceifadas.
Crimes bárbaros como esses me fazem pensar: Será possível esquecer e perdoar atos tão violentos como esses?
De fato, estamos vivendo numa época que podemos chamar de Era Homo Hostilis,onde o homem se tornou uma espécie de animal vicioso e hostil com uma caracterização particular e única que acaba se traduzindo por violência. E violência, assim como a traição por exemplo, parece que nunca é esquecida. Se o esquecimento não pode coexistir com a violência, será possível então haver perdão?
Pensamos o perdão como uma possibilidade de reconciliação, portanto ele não seria um esquecimento e sim, lembrança e se não é possível esquecer é difícil também perdoar. Logo, falar da possibilidade de esquecimento e de perdão diante de uma situação, como os casos da Família Konishi e da Família Magave, parece algo completamente paradoxal.
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