terça-feira, 26 de abril de 2011

Madrugada


Aqui está mal iluminado. A escuridão toma o aposento quase por completo. Há apenas um feixe de luz vindo da luminária de mesa a minha frente. Não tenho medo do escuro como antes. Nele aprendi a me camuflar. Me esconder. Não sei ao certo de que. Não me pergunte. Meu olhar vaga nessa escuridão em busca de algo inesperado, assim penso. Meus ouvidos estão atentos a qualquer ruído desta casa silenciosa. Já é tarde. Estou sem sono. Tentei me distrair inúmeras vezes mais nada do que fiz foi capaz de me manter "desligada" por muito tempo.
O barulho do relógio agora me incomoda. Na verdade o que incomoda é o passar do tempo. As horas parecem se arrastar numa velocidade alucinada. E eu continuo aqui. Na minha mente um turbilhão de pensamentos surgem numa fração de segundos e se dissipam em um piscar de olhos. Sinto medo. Sinto medo não do escuro ou desse silêncio que grita aos meus ouvidos. Sinto medo dos meus pensamentos traiçoeiros, enganadores. Que fazem eu me esforçar para descobrir quem sou, mais no final todas as tentativas são em vão.

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