quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sempre. Mesmo que eu não saiba quão longo isso significa.


Ela se preocupa demais. Seu coração palpita. E então está só. Afastou-os pela incerteza. Suas próprias tempestades molharam seus sonhos. E seu desejo de ter se tornou no medo de perder. E trêmula, chora. Ao fechar os olhos, nada ilumina a escuridão.
Ele disse, nada mais que palavras. E as palavras a ferem. Por mais que não tencionem. Ela é inconstante como o vento. E seu peito rasga de lamentos. Ainda sente algo. E ambos sabem. Os olhos se encontram. Apesar das palavras se esconderem. Os abraços demoram. Apesar dos encontros serem breves. E eles choram. Apesar de prometerem serem felizes.
Eu fui feita pra você. Pode até ser. Porém as peças queimaram-se, entortaram-se. Não mais se encaixam. Embora saibam, havia uma bela imagem a formar. E ele sussurra ao ouvido as palavras que ela mais ama e odeia. “Eu sempre vou te amar”. Embora ela o tenha ferido. Expulsado. Traído. Quebrado. Ele ainda está lá. E sempre vai estar.
Seus lábios abrem-se. Sua mente forma a frase. “Eu não te amo mais.”. Porém coração fala e a voz rouca diz mais do que um presente e menos do que uma promessa. “Eu também te amo”. E ela sabe que aquilo fere ao mesmo tempo que cura. Aquilo fecha a sepultura. Arrepia a alma e a segura. Porém… não há o medo de perder, pois não possuem um ao outro. Não mais. Não há a cobrança do previsível. Pois não há o compromisso. Apenas a certeza de que tudo era perfeito. E que ambos só poderiam estragar aquilo com o tempo.
Melhor deixar que viva. Perfeito e cálido. Melhor deixar que espere. Completo e egoísta. Ocupando onde é benquisto. Fechando-se diante do abismo. Beijando outros lábios. Jogando os jogos que os distraem. Cortando os laços que desamarram-se com facilidade. Amarrando outros de cores que não os satisfazem. Fingindo que o tempo não passa. Lembrando-se de como eram. Encontrando-se por acaso. Até que sejam vencidos pelo cansaço. E o estraguem sem descaso.
Porque não se trata de dar certo ou errado. E sim de um dia poder estar ao seu lado. Odiando e amando. Fazendo certo e errando. E ainda assim, amando. Mesmo não sendo amantes. Sem promessas ou datas previstas. Sem vestidos de revistas. Só o que eu sinto e o que você sente. Ninguém a frente. Um ao lado do outro. De mãos dadas. Com a vida formada. Porém escolhendo a estrada. E os cabelos soltos.

Eu sempre vou te amar. Eu sei.

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